Os investigadores dinamarqueses estão em vias de criar uma vacina contra a doença venérea mais comum no mundo, a clamídia. Só em 2017, registaram-se mais de 265 casos em Portugal.
Durante 15 anos, várias equipas de investigação têm vindo a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina que pode prevenir a incidência de novos casos de clamídia, a nível mundial. Um novo estudo concluiu agora a primeira fase do desenvolvimento da vacina e espera conseguir a sua aprovação.
O que é a clamídia?
A clamídia é uma infeção que é transmitida, principalmente, através do contacto sexual desprotegido. As mães que têm clamídia também podem infetar os seus filhos durante o parto.
Os sintomas aparecem tipicamente uma a três semanas após a infeção, sob a forma de uretrite, entre outras coisas. Pode-se manifestar com corrimento genital e uma sensação de ardor para ambos os sexos. Contudo, em metade dos casos, não existem sintomas, o que pode tornar a infeção difícil de detetar.
Se a clamídia for detetada e tratada a tempo, poderá não ter consequências. Se, por outro lado, não for detetada a tempo, pode causar doença inflamatória pélvica às mulheres, o que pode dificultar futuras gravidezes, enquanto os homens correm o risco de contrair epididimite.
Existem alguns efeitos secundários da nova vacina contra a clamídia?
O estudo avaliou os efeitos da vacina em trinta mulheres saudáveis, ao mesmo tempo que se administraram outros cinco medicamentos-placebo às restantes mulheres. Nenhuma das mulheres que receberam a vacina sofreu outros efeitos secundários para além da sensibilidade imediata no local onde a vacina foi administrada, o que também ocorreu em menor grau para as mulheres do grupo dos placebos.
O estudo da vacina foi apenas submetido à chamada fase 1 da investigação e o objetivo do estudo era apenas investigar se a vacina produziu ou não quaisquer efeitos secundários. Isto significa que os sujeitos do estudo ainda não foram estudados quanto ao efeito real da vacina.
Serão necessários vários estudos para estabelecer se a vacina funciona ou não e, depois disso, também deve ser estabelecido quanto tempo funciona. É uma vacina que só precisa de se administrar uma vez na vida ou precisaria de a receber várias vezes antes de ficar protegida?
Um dos co-autores do estudo disse à videnskab.dk que pode levar cinco a sete anos para que a vacina entre no mercado, se tudo correr bem. Também se afirma que embora ainda não tenha sido provado que os participantes no estudo estão ou não protegidos, os resultados prometem uma vacina de proteção contra a clamídia a caminho.